Fábio Dias - Dog

Desde a minha infância, tivemos muitos cachorros na família. De todos os tamanhos, de raça e misturados, bravos, mansos, espertos e bobocas. Lembro-me de um dobermann, o “Lobo”, rasgando as calças de um colega, em pleno voo por cima do muro. O Rex, vira-latinha doce e simpático, eutanasiado pela cinomose. O Max, um cocker que odeia câmeras, reencontrado com a perna quebrada, uma semana depois de uma penosa busca. Está logo ali, na costumeira e invariável soneca.

Para muitos, o primeiro amigão. A derradeira lição de amor, companheirismo e amizade. E também a primeira e triste dor da perda. Um ser que merece nosso respeito e compaixão.
Fotografar cães é, para mim, uma forma de atribuir importância aos animais, pois se alguém fotografa algo é porque considerou aquilo digno de atenção.

É uma maneira de mostra-los às pessoas e tentar criar um vínculo, uma empatia, de dar visibilidade, com a intenção de colocar o homem em harmonia com os menos favorecidos. É um: “_ Oi, estamos aqui!”.
A exposição mostra um pouco dos encontros pelas ruas da cidade.

Fábio Dias é jornalista, especialista em fotografia pela UEL.
É professor universitário e atua como fotógrafo freelancer.